O deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) sugeriu a criação da Universidade do Sul do Maranhão a partir da Universidade Federal do Vale do Tocantins (Univat), cujo projeto tramita na Câmara dos Deputados. Waldir Maranhão foi relator, em dezembro de 2207, da proposta na Comissão de Educação e propôs uma instituição federal voltada especificamente para os cursos de pós-graduação.
Conhecido por defender a bandeira da educação, Waldir Maranhão acredita que a universidade poderá ampliar as ofertas de cursos superiores, inclusive o de Medicina reivindicado pelo médico oftalmologista Antônio de Pádua. Reconhecido como um dos especialistas no Brasil em sua área, Pádua é candidato à Assembléia Legislativa pelo PP. “Podemos unir nossas forças para que esse projeto seja possível”, acredita Maranhão.
No seu parecer sobre a Univat, Waldir Maranhão afirmou há três anos que “o que importa e nos interessa, nessa referência, é estarmos conscientes que a Universidade Federal do Vale do Tocantins não poderá repetir-se no modelo das IES (Instituições de Ensino Superior) existentes e no roteiro propositivo de suas ações convencionais”. E afirmou que não é conveniente, por nenhuma razão, criar a UNIVAT “por desmembramento da Universidade Federal do Maranhão” e, assim não o sendo, não faz sentido o Poder Executivo “transferir saldos orçamentários da Universidade Federal do Maranhão para a Universidade Federal do Vale do Tocantins”.
Para justificar sua proposta, o deputado relaciona uma serie de dados. O contingente populacional abrangido pela UNIVAT soma a aproximadamente 3,5 milhões de habitantes. Sua força de trabalho seria aparentemente muito produtiva: mais de 70% contam com menos de 40 anos idade.
Os problemas endêmicos de saúde minam, no entanto, as energias produtivas de tal população: a expectativa de vida da Região não atinge 60 anos de idade, quase 10 anos mais baixa que a média nacional; a mortalidade infantil se eleva a taxas alarmantes, mesmo tomados os parâmetros da América Latina; o número de hospitais mal alcança à taxa de 1 leito hospitalar para cada 10 mil habitantes;
A população econômica ativa da região é aproximadamente 1/3 do total de adultos, sendo que a renda regional provém fundamentalmente do setor de serviços (61%) e da agricultura (32,5%); a indústria mal começa a exibir resultados transformadores, no meio tocantino; é ainda precário o acesso da população a serviços básicos, como água, esgotos e energia elétrica. Aproximadamente 1/3 das crianças em idade de estudar, na Região, estão sem escola: isso terá séria repercussão na constituição da força de trabalho; a evasão escolar alcança índices muito preocupantes; a formação de professores tem melhorado na última década, mas ainda é considerável a taxa de professores sem a devida qualificação legal, na base da pirâmide educacional.
BSB 18/ago/2010